Granola é aliada do
intestino e ajuda a controlar o colesterol
Alimento é rico em fibras, carboidratos, zinco, fósforo e vitaminas do
complexo B
A granola é composta na maior parte por carboidratos - a principal fonte
energética da alimentação. Este nutriente exerce a função de fornecer a
energia que o corpo necessita para executar as atividades diárias e
manter o funcionamento adequado de todo o organismo. O destaque na
granola é o fato de que, dependendo da composição, a fonte é em sua
maioria de carboidratos complexos proveniente de cereais integrais,
grãos e sementes. Este tipo de carboidrato apresenta menor índice
glicêmico - favorecendo o aumento da glicemia mais lentamente no sangue
- em comparação a outras fontes de carboidratos simples, como o açúcar
refinado - presente com frequência na alimentação do brasileiro em
bebidas prontas e produtos ultraprocessados.
Outro elemento favorável na granola consiste no conteúdo de fibras
alimentares. As fibras beneficiam a saúde de todo o intestino, por conta
do efeito sobre o bom funcionamento do órgão - auxiliando na melhora da
constipação quando associada à ingestão de líquidos - e também na ação
positiva sobre a manutenção das bactérias benéficas que fazem parte da
microbiota intestinal. Essas bactérias atuam na produção de alguns
nutrientes e mantém saudáveis as paredes de todo o comprimento do
intestino. Outro papel importante das fibras alimentares é promover a
sensação de saciedade, reduzindo a fome no intervalo entre as refeições
e, consequentemente, permite o melhor controle da ingestão de energia.
Particularmente, a fibra denominada beta-glucana presente na aveia, um
cereal usualmente presente em grandes quantidade na granola, é uma
aliada no controle dos níveis de LDL-colesterol (chamado de "colesterol
ruim") no sangue e pode auxiliar no controle da glicemia de indivíduos
diabéticos.
Em geral, a granola possui de moderado a baixo teores de gorduras e,
quando presente, apresentam-se especialmente por ácidos graxos mono e
poliinsaturados (como o ômega 3 e 6) encontrados nas castanhas, nozes,
no interior das sementes de linhaça e gergelim, além de alguns óleos
vegetais. As gorduras insaturadas atuam protegendo a saúde do coração e
vasos sanguíneos.
Por conta do mix de ingredientes, em geral, estão presentes minerais,
sobretudo o zinco, essencial para o sistema imunológico; fósforo,
relacionado à formação de ossos e dentes e o selênio (especialmente
quando presente a castanha-do-Pará), de ação antioxidante e necessário
para a função da glândula tireóide. Adicionalmente, são encontradas
vitaminas, principalmente do complexo B, envolvidas em uma série de
funções essenciais no organismo, como no metabolismo energético.
Ingredientes da granola:
Atualmente, não há legislação que estabeleça a composição da granola e,
por esse motivo é encontrado um leque amplo de opções no mercado que
apresentam diferentes ingredientes em proporções variadas. Contudo,
basicamente, a granola é um mix entre cereais, como a aveia, cevada (e
extrato de malte, obtido a partir da cevada), fibra e gérmen de trigo
flocos de arroz e milho e sendo frequentemente acrescida de frutas
secas, sendo mais comuns a uva, maçã, banana, damasco e coco. Pode
apresentar sementes, como a linhaça e girassol, gergelim e oleaginosas,
como a castanha-do-Pará ou cajú, nozes e amêndoas. Outros elementos
adicionados para agregar mais sabor são a canela, considerada um
alimento termogênico e o cacau puro, de grande capacidade antioxidante.
É de extrema importância atentar que, para obtenção do sabor doce, as
granolas geralmente são acrescidas de algum tipo de substância adoçante,
como o açúcar refinado - no caso, orienta-se evitar estas opções,
acrescidas de açúcares menos processados e que preservam maior
quantidade de vitaminas do complexo B, como o açúcar mascavo e demerara,
além do melado de cana e mel.
Cuidados ao ingerir a granola
Indivíduos diabéticos devem atentar aos rótulos e optar pela versão diet
que não possui adição de açúcares e controlar a quantidade a ser
consumida. A versão light, em geral, apresenta menor valor calórico
decorrente sobretudo pela redução no teor de gorduras ou de açúcar,
figurando como uma opção mais interessante para o controle de peso. É
preciso atentar às versões que possuem elementos adicionais, como
chocolate, podem comprometer o processo de emagrecimento, sendo
orientado preferir as granolas que apresentam frutas secas, por
exemplo.
Uma outra orientação é observar e comparar cuidadosamente a tabela
nutricional das granolas disponíveis no mercado e optar pelos produtos
que possuem maior quantidade de fibras alimentares, menor quantidade de
gorduras saturadas - e que jamais contenham gorduras trans - e, sempre
que possível, que não apresente corantes em sua composição.
Outro ponto é atentar à lista de ingredientes, que sempre mostra os
ingredientes em maior quantidade no produto primeiro na lista, em ordem
decrescente para aqueles presentes em menor proporção. Neste sentido, os
açúcares, portanto, devem aparecer ao final da lista (no caso de versões
regulares).
Indivíduos portadores da doença celíaca devem restringir o consumo da
granola, em virtude do glúten presente em determinados cereais, muito
embora esta informação deverá ser sempre confirmada por meio da leitura
do rótulo do produto.
Granola pode engordar?
A granola, se inserida na alimentação de acordo com as necessidades
energéticas diárias individuais somada a um contexto alimentar
equilibrado, propiciará uma série de benefícios à saúde em virtude dos
nutrientes presentes em seus ingredientes e pode, inclusive contribuir
para o controle de peso.
No entanto, o consumo de quantidades excessivas deste alimento
invariavelmente irá induzir o indivíduo a engordar. Este fato decorre de
que todo o excedente de energia que o organismo recebe -
independentemente de qual seja o alimento - em relação ao que gasta
(para manutenção das funções vitais e atividade física por exemplo) leva
ao acúmulo e reserva deste excedente na forma de gordura corporal.
Dessa forma, o principal ponto quanto aos benefícios da granola e de
qualquer outro alimento na saúde é o equilíbrio na quantidade e
frequência de consumo.
Como consumir a granola
De forma geral e pelo elevado conteúdo calórico, para adultos saudáveis
numa dieta de 2.000 kcal, recomenda-se consumir aproximadamente de 2 a
até 4 colheres de sopa (20 a 40g) ao dia ou em dias alternados. Sendo
que a quantidade pode variar de acordo com o nível de atividade física,
idade e as necessidades energéticas individuais.
Para abastecer o organismo com energia para o resto do dia, a granola
pode ser inserida no café da manhã, substituindo alimentos fonte de
carboidratos - como pães, torradas e biscoitos - e acompanhada de
iogurtes e leite (fontes de proteína e cálcio), indicadas nas versões
desnatadas e light no caso de indivíduos que buscam o controle de peso,
podendo também ser polvilhadas sobre frutas variadas. Dependendo da
proporção entre ingredientes contidos na granola e da composição da
refeição junto a este alimento, ela pode ser consumida na refeição
pós-treino, pela grande capacidade reconstituinte na recuperação dos
estoques de energia do corpo. No entanto, pode também ser inserida no
lanche pré-treino (cerca de 1 hora ou 30 minutos antes do início do
exercício físico), quando apresentar menor índice glicêmico, como maior
proporção de cereais na forma integral, por exemplo, garantindo melhor
performance pelo fornecimento de energia gradualmente durante o
exercício. |
Lentilha ajuda a fortalecer sistema
imunológico e diminui colesterol
Alimento também previne anemia e é ótima opção para quem está de dieta
A lentilha muitas vezes é esquecida no dia a dia, substituída pelo
feijão, mas vira febre no final do ano, principalmente por ser
relacionada a uma superstição de boa sorte, a qual quem deseja fartura e
dinheiro no próximo ano não pode deixar de consumir ao menos uma colher
da semente na ceia de réveillon. O que muitas pessoas não sabem, no
entanto, é que a lentilha possui diversos benefícios para organismo e é
uma importante fonte de energia e saúde.
Segundo especialistas, a Índia é um dos maiores produtores desta pequena
trepadeira da Ásia, e já está na mesa dos seres humanos há mais de oito
mil anos. A lentilha faz parte da família das leguminosas, assim como o
feijão, a soja, o grão-de-bico, a fava e o tremoço. Essa semente é
repleta de nutrientes, como os carboidratos complexos que ajudam na
diminuição do açúcar no sangue, fibras, ácido fólico, vitamina B6,
magnésio, ferro e triptofano (aminoácido essencial). Além disso,
aproximadamente 25% das fibras encontradas nas lentilhas são solúveis, o
que ajuda a diminuir o colesterol, contribui para o trânsito intestinal
e aumenta a sensação de saciedade.
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O ferro presente na leguminosa mantém a anemia longe, pois ele faz parte
da composição da hemoglobina, célula do sangue responsável pelo
transporte de oxigênio. Uma porção de um copo de lentilhas possui mais
da metade da necessidade diária de ferro de uma pessoa. Outro mineral
presente é o magnésio, e seu alto teor presente na leguminosa contribui
para a saúde do sistema cardiovascular.
As lentilhas são uma ótima opção para quem está de dieta, pois cerca de
30% de suas calorias vêm da proteína. Elas possuem o terceiro maior
nível de proteína, em peso, do que qualquer outro legume, depois da soja
e do cânhamo. Entre as proteínas podemos destacar os aminoácidos
essenciais isoleucina e lisina. É importante prepará-la sem os
acompanhamentos tradicionais, como bacon e linguiça. Alho, cebola e sal
são essenciais e suficientes para garantir o sabor do prato e não elevar
o valor calórico.
A lentilha ainda ajuda a fortalecer o sistema imunológico graças à
presença da arginina, que induz a ação das células de defesa do
organismo. Além disso, o triptofano também é encontrado na semente e
está associado às sensações de prazer e bem-estar. Mas é importante
ressaltar que as lentilhas são deficientes em metionina e cisteína, e,
por isso, devem ser ingeridas com cereais e legumes para completar a
porção de proteínas necessárias ao corpo.
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18 maneiras de seguir uma alimentação
saudável
Nutricionistas entregam as dicas para comer bem e
viver mais
Ter uma alimentação saudável é essencial para alcançar uma maior
qualidade de vida. O abuso de alimentos ricos em gorduras saturadas,
sódio e açúcares é um gatilho para doenças como infarto, derrames,
hipertensão, obesidade, diabetes e até câncer. Em contrapartida, é fácil
incluir no cardápio alimentos heróis da resistência e da longevidade.
Por essas razões, ter uma dieta saudável é tão importante, não é à toa
que 31 de março é celebrado o Dia Mundial da Saúde e Nutrição.
1.Não fique sem comer
"O mais importante é não passar longos períodos sem comer. Fazer
pequenos lanches entre as grandes refeições é fundamental, pois ao
restringir energia o metabolismo tende a ficar mais lento, como uma
forma de poupar energia que lhe foi fornecida, o que acaba dificultando
a perda de peso. Além disso, provavelmente a pessoa irá comer mais na
próxima refeição, buscando alimentos mais calóricos, como uma forma de
compensação, o que também resultará em ganho de peso." (Carla Fiorillo,
nutricionista da Universidade Federal de São Paulo).
2.Sinta prazer comendo
"A alimentação também é fonte de prazer. Não se torne escravo de
dietas e calorias, pois existem cada vez mais estudos que evidenciam que
pessoas que se preocupam demais com a forma física tendem a sofrer
maiores oscilações de peso, além de serem insatisfeitas com o próprio
corpo. Estar bem consigo mesmo e cuidar do corpo com atividade física e
alimentação saudável são as melhores formas de obter uma boa qualidade
de vida." (Carla Fiorillo, nutricionista da Universidade Federal de São
Paulo)
3.Busque alimentos naturais
"Siga uma alimentação o mais natural possível e tente fugir de
refeições com muitos produtos industrializados. Se comer um macarrão
industrializado, faça você mesmo um molho caseiro. Se quiser tomar um
suco de frutas, tente tomar o natural, pois os alimentos
industrializados contêm muitas substâncias como corantes e conservantes,
que possuem altas quantidades de sódio e podem, em longo prazo, causar
hipertensão e sobrecarregar os rins." (Daniela Cyrulin, nutricionista da
USP e da Instituto Saúde Plena)
4. Faça substituições
"Tente substituir alimentos mais pesados e gordurosos por
versões mais leves sempre que possível: faça macarrão de palmito pupunha
desfiado, arroz de couve-flor cozida, troque o presunto por peito de
peru, compre o atum em água no lugar do atum em óleo, troque os queijos
gordurosos por versões mais leves como o queijo cottage e a ricota,
substitua o queijo parmesão ralado por ricota defumada e ralada."
(Daniela Cyrulin, nutricionista da USP e da Instituto Saúde Plena)
"O mais importante é perceber que nenhum alimento é proibido.O famoso
"prato colorido" é sem dúvida o mais saudável"
5. Escolha o lugar certo para comer
"As refeições devem ser feitas em lugares tranquilos e sem
pressa. Comer bem devagar, sem pensar em compromissos e mastigar muito
bem os alimentos fará com que você se sinta saciado mesmo ingerindo uma
menor quantidade de comida. Também evite comer assistindo televisão, na
frente do computador ou trabalhando, pois nessas situações perdemos a
noção da quantidade de comida que estamos ingerindo." (Lidiane Martins,
nutricionista diretora do NutryUp)
6.Fuja da farinha
"Uma pessoa que está buscando uma alimentação mais saudável deve
evitar produtos com farinha refinada, como massas, bolos, biscoitos e
alimentos processados, ricos em gordura e açúcar, como pipoca de
microondas, sopas prontas cremosas, preparações congeladas, batatas
chips e salgadinhos. Também vale caprichar em ervas aromáticas para
temperar a comida como: alho, cebola, salsa, cebolinha, manjericão,
alecrim, louro, orégano, sálvia, curry, açafrão e coentro" (Lidiane
Martins, nutricionista diretora do NutryUp)
7. Coma de tudo
"O mais importante é perceber que nenhum alimento é proibido, a
não ser que a pessoa precise fazer uma dieta restritiva, caso seja
paciente de diabetes ou doença celíaca, por exemplo. É muito comum que
as pessoas pensem que comer só salada é uma boa forma de manter a
alimentação saudável, mas isso não é verdade. O famoso "prato colorido",
ou seja, aquele que tem uma fonte de fibras, minerais, vitaminas e
proteínas é sem dúvida o prato mais saudável". (Roberta De Lucena
Ferretti, nutricionista e professora do curso de nutrição clínica na
Universidade Gama Filho)
8. Estabeleça metas para a semana
"Além disso, pensar em longo prazo e criar um hábito saudável é
muito importante. Dificilmente a pessoa consegue ingerir todos os
alimentos que são fontes de vitaminas que o corpo precisa em um dia.
Para isso, ela teria que comer vários tipos de frutas, carnes, legumes e
verduras todos os dias. O melhor é fazer as metas para toda a semana.
Fica mais fácil distribuir a alimentação adequada nesse período"
(Roberta De Lucena Ferretti, nutricionista e professora do curso de
nutrição clínica na Universidade Gama Filho)
9. Seja persistente
"Muito provavelmente, a mudança para uma alimentação adequada não
ocorrerá do dia para a noite. Você deverá provar alimentos que não são
de costume como frutas, legumes, verduras. Aceite que o paladar deverá
ser estimulado. Desistir na primeira tentativa é um erro. Todos os dias,
selecione alguns desses alimentos. Não gostou? Prove novamente. Tudo bem
se você rejeitar, inicialmente. Mas desistir na primeira tentativa é
subestimar o seu poder de mudança." (Roberta Stella, nutricionista chefe
do programa de emagrecimento Dieta e Saúde)
10. Escreva sobre suas refeições
"Comece a fazer um diário alimentar. Escreva todos os alimentos
ingeridos durante o dia, as quantidades e horários em que fez as
refeições. Facilmente, você perceberá o erro e onde está o excesso. O
diário alimentar servirá como um puxão de orelha para quem está fazendo
uma alimentação inadequada. Mas, por outro lado, dará um estímulo grande
quando perceber que está com disciplina e determinação, conseguindo
colocar alimentos saudáveis em todas as refeições e reduzindo a
quantidade dos alimentos menos saudáveis." (Roberta Stella,
nutricionista chefe do programa de emagrecimento Dieta e Saúde)
11. Hidrate-se
"Beba pelo menos dois litros, mais ou menos oito copos de água
todos os dias. A água ajuda na hidratação da pele e é fundamental como
meio de transporte de algumas vitaminas hidrossolúveis como a vitamina
B1, B2, B6, B12 e a vitamina C. Além disso, a água é essencial para que
o corpo fique disposto durante todo o dia." (Rosana Farah, nutricionista
e professora dos cursos de graduação em nutrição da Universidade
Presbiteriana Mackenzie).
12.Ataque as frutas
"Consuma entre três e cinco porções de frutas todos os dias.
Laranjas, maçãs, peras, melancia, tangerina, entre outras, são as
melhores fontes naturais de vitaminas, minerais e fibras. Esses três
componentes auxiliam o bom funcionamento do nosso intestino e auxiliam o
nosso metabolismo a continuar ativo mesmo nos intervalos entres as
refeições." (Rosana Farah, nutricionista e professora dos cursos de
graduação em nutrição da Universidade Presbiteriana Mackenzie)
13. Deixe o açúcar de lado
"Alimentos que têm uma grande quantidade de açúcar refinado são
dotados de processos químicos na sua produção e possuem altíssimo índice
de glicose, que aumentam os índices de glicemia do corpo. Essas
características, aceleram o envelhecimento, aumentam flacidez por
desestruturar o colágeno da pele e ainda possuem calorias, porém são
desprovidos de nutrientes. Hoje em dia encontramos adoçantes naturais
como a sucralose, derivada da cana de açúcar, porém sem calorias e sem
alto índice glicêmico e a stevia, derivado de uma planta natural."
(Daniela Jobst, nutricionista da Clínica NutriJobst)
1
4. Consumir alimentos fontes de
antioxidantes
"As substâncias antioxidantes bloqueiam a ação dos radicais
livres no organismo, prevenindo a oxidação das células. Esses elementos
são capazes de prevenir o aparecimento de tumores, o envelhecimento
precoce e outras doenças. Alimentos com cores fortes, como tomate,
goiaba, romã, cenoura, abóbora, manga, açaí, berinjela, uva, folhas
verdes, legumes e brócolis, são ricos em antioxidantes." (Daniela Jobst,
nutricionista da Clínica NutriJobst)
15.Saiba o que você está comendo
"O essencial é entender que as calorias são o combustível para o
nosso organismo e que, sem elas, o nosso corpo fica sem energia.
Escolher os alimentos só pelo número de calorias não é o mais indicado.
Muitas vezes as calorias não são os principais perigos dos alimentos. O
que na verdade faz toda a diferença na hora de uma alimentação saudável
é a qualidade de nutrientes. A quantidade de gorduras, por exemplo. Por
isso é importante ler os componentes de cada alimento." (Camila Leonel,
nutricionista e Especialista em Adolescência Universidade Federal de São
Paulo)
16.Saiba combinar os alimentos
"O segredo da boa alimentação está em combinar todos os tipos de
nutrientes como carboidratos, proteínas, gorduras, minerais, vitaminas,
fibras e água. A regra geral é que não há um tipo de alimento que deva
deixar completamente a sua dieta, mas sim quantidades de nutrientes que
devem ser controladas. Tudo é uma questão de variar o cardápio, não
deixar de fora nenhum tipo de alimento e sempre comer em pequenas
porções ou quantidades." (Camila Leonel, nutricionista e Especialista em
Adolescência Universidade Federal de São Paulo)
17. Coma sem medo
"Hoje são tantas informações sobre a alimentação que as pessoas
ficam com medo de comer. Quem procura uma dieta já não sabe mais se é
bom ou não comer certo alimento, se é saudável deixar de ingerir certas
comidas ou que tipo de substância engorda. Comer é importante, vital
para a vida. Para quem tem dúvidas sobre dietas, a alimentação básica
que nossos avôs conheciam e praticavam, ainda é uma boa dica por ter
todos os tipos de nutrientes que o corpo precisa." (Ana Maria Roma
Devorais, nutricionista especializada em distúrbios alimentares)
18. Procure o que você gosta
"Comer de tudo um pouco, de todos os grupos de alimentos.
Cereais (prefira as versões integrais), grãos, carnes/aves/peixes,
frutas, verduras, leite e derivados e até mesmo as guloseimas. Praticar
uma alimentação saudável também é saber comer alimentos "não tão
saudáveis", mas que são apetitosos e fazem parte da cultura, da tradição
de uma família. Não dá para comer só guloseimas , mas não podemos deixar
colocar em nossas refeições aquelas comidas que dão sensação de
bem-estar." (Ana Maria Roma Devorais, nutricionista especializada em
distúrbios alimentares)
|
As mais recentes recomendações sobre
alimentação
As novas propostas de diretrizes alimentares não condenam o colesterol
dos alimentos e muito mais
Dr. Roberto Navarro Sousa Nilo
NUTROLOGIA - CRM 78392/SP
Acaba de ser produzido um texto pelo Departamento de
Nutrição da Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard (EUA),
representado pelo pesquisador e renomado médico nutrólogo Dr. Walter
Willet, sugerindo ao Departamento de Agricultura Americano (USDA)
diretrizes que deveriam ser oficialmente incorporadas e publicadas à fim
de servirem como referência de quais condutas alimentares deveriam ser
seguidas pela população americana tendo como objetivo a diminuição dos
riscos de doenças causadas pelo desequilíbrio nutricional, como
obesidade, doenças cardiovasculares, diabetes e câncer. Entenda-se como
desequilíbrio nutricional o excesso ou a falta dentro do organismo de
macronutrientes (carboidratos, proteínas e gorduras) e micronutrientes (
minerais e vitaminas), além do excesso de aditivos químicos alimentares,
como adoçantes artificiais e agrotóxicos. Embora ainda não aprovado pelo
USDA, o que deverá acontecer em breve, este documento ajudará e muito a
organizar um pouco a quantidade de informações do que realmente faz bem
ou faz mal à saúde, já que a enxurrada de opiniões sobre este tema
diverge até entre profissionais da saúde e o pior ainda, muitas vezes se
torna fato consumado (que até parece verdade científica ) profanado por
entendidos ( na verdade leigos, sem formação na área nutricional ) em
seus blogs, facebooks, instagram, etc.
Vamos aos fatos conclusivos deste documento, que na minha humilde
opinião, apenas concluem o que já parecia óbvio:
Muitas pessoas se preocupam em escolher alimentos considerados mais
saudáveis mas acabam elegendo apenas alguns deles e passam a escolhê-los
viciosamente todos os dias, que embora saudáveis, podem não conseguir
suprir todos os nutrientes importantes para o organismo, pelo número
pequeno de variedades. Aqui uma dica pessoal: existe um conceito
importante chamado de "variabilidade alimentar", ou seja, devemos
ingerir pelo menos uma variabilidade de 30 alimentos diferentes,
incluindo todos os grupos alimentares, não precisando ser todos
ingeridos no mesmo dia, mas que façam parte do seu hábito alimentar.
Esta variabilidade garante o aporte de todos os nutrientes importantes
para sua saúde e não apenas meia dúzia deles, ou seja, foco no "todo" e
não só em "alguns" alimentos, mesmo que sejam "funcionais".
Uma dieta com predominância de alimentos vegetais é mais recomendada,
incluindo legumes, verduras, frutas, oleaginosas e cereais integrais, já
que os estudos vêm mostrando uma diminuição do risco de doenças
cardiovasculares, diabetes e alguns tipos de câncer com a variedade
destes alimentos na dieta, não significando por isso que você deva virar
um vegetariano, mas apenas diminuindo o consumo excessivo de carne
vermelha, carnes processadas (salsichas, salames, mortadelas, presuntos,
etc) e laticínios, que inclusive já foram apontados por alguns estudos
como elevadores do risco de doenças cardíacas e câncer intestinal,
quando exageramos nestes alimentos.
Alguns consensos sugerem o limite de no máximo 300 gramas de carne
vermelha por semana e leite e derivados sempre que possível desnatados,
pois têm taxa menor de gordura saturada. Aliás, a gordura saturada
presente em todas as carnes, inclusive as processadas e embutidas, banha
de porco, leite e derivados, óleo de dendê e óleo de coco, continua
sendo acusada de aumentar as chances de doenças cardíacas, quando
ingeridas em excesso, pois facilitam a formação de placas de gorduras
nas artérias (aterosclerose ). Por este motivo o total de gordura
saturada da dieta não deve ultrapassar 10% do total calórico, diminuindo
para 5 a 7% quem já tem dislipidemia (alteração da taxa de colesterol
e/ou triglicérides no sangue ) uma doença cardíaca já instalada.
Esta recomendação não exclui a gordura saturada do prato, mas apenas
limita seu consumo, o que nos permite vez ou outra um "tapinha" na
manteiga, na picanha, e até mesmo usar uma pequena quantidade de óleo de
coco ou banha de porco para refogar um alimento, desde que se respeite o
limite de até 7 a 10% permitido do dia. Só para exemplificar uma conta
prática usarei a referência oficial de um valor calórico considerado
padrão para a maioria das pessoas ( que não estão fazendo dieta para
emagrecer), inclusive impresso em todos os rótulos dos alimentos que é
2.000 Kcal/dia. Se posso comer no máximo 10% do total calórico na forma
de gordura saturada, tenho então 200 calorias para desfrutar ao longo do
dia. Veja então o total calórico destes exemplos:
Veja então como é fácil extrapolar na gordura saturada, isto porque
considerei 10% do total de uma dieta de 2.000 cal permitidas, mas quem
já tem problemas cardiovasculares deve diminuir para 5 a 7% e quem está
fazendo uma dieta para perda de peso geralmente limita em média até
1.200 calorias por dia, o que permitiria apenas 120 calorias por dia na
forma de gordura saturada, e não as 200 do exemplo acima. Por isso que a
maioria dos estudos mostra que a substituição parcial da gordura
saturada pela gordura poli-insaturada ( principalmente a família ômega 3
) como a presente nos peixes (salmão, atum, sardinha, arenque, cavala),
nos óleos vegetais (linhaça, canola, azeite de oliva, etc), nas sementes
e oleaginosas ( castanhas, nozes, amêndoas, avelãs, linhaça, chia, etc)
leva à uma diminuição do risco de doenças cardíacas, já que a gordura
ômega 3 tem efeito anti-inflamatório e protege nossos vasos sanguíneos
do efeito pró-inflamatório do ácido aracdônico presente na gordura
saturada.
Sabe-se que o primeiro degrau do adoecimento de um vaso sanguíneo é a
lesão endotelial, traduzindo mais claramente como uma inflamação da
parede interna das artérias, incluindo as do coração e as do cérebro.
Após esta lesão inicial é que passa a ser formada nesta região afetada
as placas de gordura (formadas pelo colesterol ruim- LDL ) que com o
aumento de tamanho culmina no infarto agudo do coração ou no derrame
cerebral.
A boa notícia é que os estudos atuais parecem inocentar o colesterol que
ingerimos pelo alimento, presente na gordura animal, como o principal
culpado da elevação do colesterol no sangue, mas sim o colesterol que é
produzido pelo nosso próprio corpo, no nosso fígado, que eleva seus
níveis sanguíneos, contribuindo para a aterosclerose. Talvez a limitação
de no máximo 300 mg de colesterol por dia, ingeridos via alimentação
(200 mg para quem já está tratando de colesterol alto), venha a cair por
terra. Mas lembre-se: a gordura saturada que ingerimos, que é fonte de
colesterol, também é fonte de ácido aracdônico, ou seja, continua sendo
pró-inflamatória e devemos continuar a limitar seu consumo em até 10% do
total calórico do dia, conforme citado antes.
Substituir carboidratos com alta carga glicêmica como açúcares e doces,
farinhas refinadas, refrigerantes e bebidas alcoólicas por porções de
alimentos fontes de gordura poli-insaturada como castanha, nozes,
sementes de linhaça, de gergelim, de girassol, de chia e peixes ricos em
ômega 3, pode trazer grandes benefícios, pois a gordura tem um efeito "sacietógeno"
maior (mantem você sem fome por mais tempo) em relação aos carboidratos
citados acima, que além disto também podem desencadear mais compulsão
alimentar. Vale então trocar um biscoito recheado por uma castanha e
adicionar as sementes (linhaça ou gergelim ou chia ou girassol) na sua
salada, obviamente sem exagerar nos volumes pois também toda fonte de
gordura é rica em calorias, o que pode levar ao ganho de peso.
O limite de sódio mais adequado na alimentação é de 2.300 mg por dia, já
que seu excesso está ligado ao aumento da pressão arterial ( como
consequência doenças cardiovasculares) e formação de cálculos renais. Na
forma de "sal de cozinha" (cloreto de sódio) seu limite é de 1 colher de
chá ao dia, o que é facilmente extrapolado se não tomarmos cuidado. Uma
dica é tirar o saleiro da mesa (o que já é feito nos restaurantes de
muitos países da Europa ) e ler o rótulo dos alimentos: se para cada
grama do alimento houver 4 mg de sódio ou mais, este alimento é
exagerado no sódio. Para ficar mais fácil é só ver o total de gramas do
alimento por porção (vem descrito no rótulo) e dividir pelo total de
sódio por porção, e ver se está dentro do limite citado acima. Quanto se
tem de sódio por porção do alimento também vem descrito no rótulo. Não é
só o sal de cozinha o vilão do sódio na dieta, mas alimentos processados
e embutidos (salame, mortadela, etc), sopas prontas em pó para preparo,
cubinhos como caldos de carne ou frango usados como tempero, alimentos
em conserva, molhos prontos e os de soja, são bons exemplos aonde o
sódio vem escondido.
O açúcar simples deverá ter seu limite em até 10% do total calórico do
dia, embora a Organização Mundial da Saúde ( OMS ) já diminuiu esta
referência para 5%, já que o açúcar e seus derivados (doces, etc) acima
deste limite está ligado ao maior desenvolvimento da obesidade,
diabetes, doenças cardiovasculares e cáries dentárias. Também cuidado
para o açúcar escondido nos alimentos, como a dextrose, maltose e
frutose utilizados pela indústria alimentícia no preparo de sucos
artificiais, molhos prontos para salada, cereais matinais e até em
alimentos processados e embutidos.
Tomar um pouco de água substituindo refrigerantes e sucos artificiais
seria mais saudável para o organismo, segundo este documento. O uso de
adoçantes artificiais também deve ser limitado na sua quantidade, pois
os estudos que garantem ausência de riscos do seu consumo foram feitos
em pequenas populações e por um tempo curto de uso, não havendo estudos
que garantam sua segurança no consumo de longo prazo. Como limite no
máximo 10 gotas ao dia ou até 6 sachês (em pó) ou 1 lata de refrigerante
diet ao dia, mesmo assim só para quem é diabético ou está com excesso de
peso e precisa fazer uma dieta hipocalórica para emagrecer e precisa
cortar o açúcar. Não estando nestas condições o uso de adoçantes
artificiais deveria ser contraindicado.
Espero ter conseguido passar para os leitores a essências destas
diretrizes atuais e continuo usando a expressão que a melhor dieta ainda
é a do bom senso. Cuide-se! |